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Transtorno Alimentar e a Psicologia, o seu grande mal

  • Foto do escritor: Daniel Soares
    Daniel Soares
  • 18 de set. de 2019
  • 13 min de leitura

Atualizado: 18 de set. de 2019





Uma entrevista que dei a rádio imprensa de Anápolis no dia 18-09-19, ao programa Meio dia na Imprensa, um programa de muita audiência me levou a escrever esse Artigo.




Vamos começar fazendo uma distinção entre. Sintoma, Doença, síndrome, transtorno e distúrbio


Sintoma – é a queixa, é o nome que o paciente dá a sua dor


Doença é um conjunto de sinais e sintomas específicos que afetam o seu estado normal de saúde.


Síndrome - é um conjunto de sintomas, ex síndrome de La tourrette - caracterizado pela presença de tiques motores e vocais.


Transtorno - estado alterado da saúde normal e nem sempre está vinculado à uma doença.


Distúrbio - referir a doenças cujas causas ainda não foram esclarecidas.


Sentimentos – são da ordem coletiva


Afeto – é individual, a forma que eu permito receber o amor, é a forma que ele me afeta, é de fora para dentro


Emoções – é o jeito que eu devolvo o afeto que recebi, é de dentro para fora. Recebo o afeto, identifico se é bom ou ruim para mim, então vou expressar mina emoção com choro, riso, gritos…




Todo ser vivo se alimenta, é claro que não existe nenhum mal nisso, o problema é quando essa pessoa, não sabe o seu limite para se alimentar, quando ela perde o ponto de equilíbrio e parte para um dos extremos, nós temos um transtorno alimentar.

É tudo aquilo que desorganiza a forma normal de se alimentar, beirando o extremo, uns se alimentam de mais, outros se alimentam de menos.

O problema está quando a pessoa perde o equilíbrio e abraça um dos extremos.


São descritos critérios diagnósticos para pica, transtorno de ruminação, transtorno alimentar restritivo/evitativo, anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar.


Definições pelo DSM 5 e o CID-10


307.52 ( • ) Pica

307.53 (F98.21) Transtorno de Ruminação

307.59 (F50.8) Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo

307.1 (_•_) Anorexia Nervosa

Determinar o subtipo:

(F50.01) Tipo restritivo

(F50.02) Tipo compulsão alimentar purgativa

307.51 (F50.2) Bulimia Nervosa

307.51 (F50.8) Transtorno de Compulsão Alimentar


Pica


O nome pica vem do latim e significa pega, um pássaro do hemisfério norte conhecido por comer quase tudo o que encontra pela frente

É a ingestão de uma ou mais substâncias não nutritivas, que não são consideradas alimentos, de forma persistente durante um período mínimo de um mês, incluir papel, sabão, tecido, cabelo, fios, terra, giz, talco, tinta, cola, metal, pedras, carvão vegetal ou mineral, cinzas, detergente ou gelo.

A. Ingestão persistente de substâncias não nutritivas, não alimentares, durante um período mínimo de um mês.


Transtorno de Ruminação


O alimento previamente deglutido que já pode estar parcialmente digerido é trazido de volta à boca sem náusea aparente, ânsia de vômito ou repugnância. O alimento pode ser remastigado e então ejetado da boca ou novamente deglutido.

A. Regurgitação repetida de alimento durante um período mínimo de um mês. O alimento regurgitado pode ser remastigado, novamente deglutido ou cuspido.

Dados de prevalência do transtorno de ruminação são inconclusivos, mas o transtorno é comumente mais relatado em certos grupos, como indivíduos com deficiência intelectual.


Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo


Uma perturbação alimentar pela falta aparente de interesse na alimentação ou em alimentos; desnutrição, baixo peso, atraso no crescimento e necessidade de nutrição artificial na ausência de uma condição médica outra que não a alimentação deficiente.


Anorexia Nervosa


A palavra Anorexia vem do grego “an”, deficiência ou ausência de, e “orexis”, apetite.

A anorexia nervosa é uma síndrome caracterizada por três critérios essenciais.

· um comportamento é uma enfraquecimento autoinduzida até um grau significativo

· uma psicopatologia é uma busca incessante por magreza ou um medo mórbido de engordar.

· sintomatologia fisiológica sinais e sintomas resultantes da desse enfraquecimento

Tipo restritivo: Durante os últimos três meses, o indivíduo não se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar ou comportamento purgativo (i.e., vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas). Esse subtipo descreve apresentações nas quais a perda de peso seja conseguida essencialmente por meio de dieta, jejum e/ou exercício excessivo.

Tipo compulsão alimentar purgativa: Nos últimos três meses, o indivíduo se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar purgativa (i.e., vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas).


História


Durante a Idade Média, as práticas de jejum foram compreendidas como estados de possessão demoníaca ou milagres divinos. Bell, em 1985, relata o comportamento anoréxico realizado por 260 santas italianas aparentemente em resposta à estrutura patriarcal a qual estavam submetidas, e conhecido como “anorexia sagrada”

No final do século XIX, em 1893, Freud descreveu um caso de anorexia tratado com hipnose, um ano mais tarde descreveu a doença como uma psiconeurose de defesa, ou neurose da alimentação com melancolia.

Segundo Van Deth e Vandereycken (2012, p. 930), o termo ‘anorexia’ possui uma evolução histórica que começa na Antiguidade, denotando um apetite insuficiente e sendo descrita pelo médico Galeno como “falta de apetite ou ódio à comida”, estando associada aos “maus humores”.


Comorbidade


Transtornos bipolares, depressivos e de ansiedade em geral ocorrem concomitantemente com anorexia nervosa.


Anorexia gástrica e nervosa


É somente na metade desse século, em 1840, que o termo anorexia nervosa é introduzido pelo fisiologista francês, Fleury Imbert, que a diferenciou da anorexia gástrica. Enquanto essa última era decorrente de 15 problemas no estômago, na anorexia nervosa a recusa alimentar se dava por uma falta de estimulação do apetite pelo cérebro, sendo “acompanhada por sintomas neuróticos como uma mudança de ideação, induzindo melancolia, raiva e ansiedade” (VAN DETH; VANDEREYCKEN, 2012, p. 931). A descrição de Imbert não foi levada em conta pela psicopatologia. Somente em 1874, com o médico inglês Gull, o termo anorexia nervosa torna-se reconhecido em seu estatuto diagnóstico.


Luta contra a vontade de comer


‘Anorexia’ não se refere a uma perda de apetite, já que, na grande maioria dos casos de anorexia nervosa, não ocorre perda da fome, o desejo de comer existe, mas uma luta acirrada contra a vontade de comer e uma “tensão entre a necessidade e a recusa de apaziguá-la” (BIDAUD, 1998, p. 25).


Perturbação narcisista


Na pesquisa sobre a identificação na anorexia encontramos os seguintes diagnóstico: perturbações no âmbito da identificação narcisista; dificuldade na transição do Eu ideal para o ideal do Eu; dificuldades no processo de identificação primária com o fracasso da introjeção e prevalência da incorporação; identificação alienante com a mãe e comprometimento das identificações edípicas.


IMC


Para adultos, um IMC de 18,5 kg/m2 tem sido empregado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o limite inferior de peso corporal normal. Dessa forma, a maioria dos adultos com um IMC igual ou acima de 18,5 kg/m não seria considerada como com baixo peso corporal. Por sua vez, um IMC inferior a 17,0 kg/m tem sido considerado pela OMS como indicativo de magreza moderada ou grave; portanto, um indivíduo com um IMC inferior a 17,0 kg/m2 provavelmente seria considerado com um peso significativamente baixo


Bulimia Nervosa


Do grego "bous" = boi e "limos" = fome

Ingestão, em um período de tempo determinado (p. ex., dentro de cada período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes. 2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p. ex., sentimento de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto se está ingerindo). B. Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício em excesso. C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses.


Gravidade


Leve: 1 a 3 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana.

Moderada: Média de 4 a 7 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana.

Grave: Média de 8 a 13 episódios de comportamentos compensatórios inapropriados por semana.

Extrema: Média de 14 ou mais comportamentos compensatórios inapropriados por semana.

Existem três aspectos essenciais na bulimia nervosa:

· episódios recorrentes de compulsão alimentar (Critério A),

· comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes para impedir o ganho de peso (Critério B)

· autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais (Critério D).


Anorexia X Bulimia


Ambas tem a ver com a percepção de prazer, o que eu mereço do prazer

Na anorexia existe um orgulho por você conseguir se colocar nessa provação

Na Bulimia existe a culpa, já que eu não lido com o prazer eu vou ter um excesso dele, e depois eu expurgo esse pecado, coloco para fora.


A mesma libido que nos movimenta para alimentação, é a mesma que nos movimenta para a libido sexual, ambos são rituais de purificação. Um se abstém dos prazeres, e o outro SEDE A ESSE PRAZER E DEPOIS joga pra fora o prazer, o pecado.


Quando esse prazer me é colocado como ruim, ou castrado, eu não sei lidar com o prazer, o anorexo se priva do prazer que o alimento poderá lhe proporcionar, e á um grande narcisismo onde eu não preciso do outro, eu me satisfaço através do meu próprio sacrifício de não comer. O prazer está em evitar a sexualidade, é um poder de se controlar com as coisas.


O bulimico entende que quer ter o prazer, porém ele pode ser sujo, se eu cometer eu me purifico colocando para fora através do vômito. Ele não sabe lidar com o prazer, então quando ele come, ele come de uma vez, pois assim ele aproveita ao máximo.

Pessoas que não sabem lidar com o prazer, dizem assim, está tudo indo muito bem, algo vai dar errado, então ela começa a se sabotar para que algo dê errado para que assim ela não precise lidar com aquela frustração posterior.


Transtorno de Compulsão Alimentar


Episódios recorrentes de compulsão alimentar que devem ocorrer, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses. Uma ingestão, em um período determinado, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em um mesmo período sob circunstâncias semelhantes, deve ser acompanhada por uma sensação de falta de controle para ser considerada um episódio de compulsão alimentar


1. Comer mais rapidamente do que o normal.

2. Comer até se sentir desconfortavelmente cheio.

3. Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome.

4. Comer sozinho por vergonha do quanto se está comendo.

5. Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida.

C. Sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar.

D. Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses.


gravidade atual:


Leve: 1 a 3 episódios de compulsão alimentar por semana.

Moderada: 4 a 7 episódios de compulsão alimentar por semana.

Grave: 8 a 13 episódios de compulsão alimentar por semana.

Extrema: 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana.

Diagnóstico Diferencial

Bulimia nervosa. (p. ex., purgação, exercício excessivo) visto na bulimia nervosa está ausente no transtorno de compulsão alimentar.

Obesidade. Há valorização excessiva do peso e da forma corporais com o transtorno. Há sucesso nos tratamentos psicológicos para o transtorno de compulsão, contrastados com a ausência de tratamentos eficazes a longo prazo para obesidade.


Dados


Segundo Adriano Segal, diretor de Psiquiatria de Transtorno Alimentar da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a anorexia atinge 1% da população feminina mundial, enquanto que a bulimia chega a 5%



A prevalência dos TA está entre mulheres jovens, afetando 3,2% daquelas entre 18 e 30 anos. As taxas de prevalência de TA, dependendo do quadro – síndromes completas ou parciais –, variam de 0,5% a 5%. A prevalência da anorexia e bulimia nervosas têm aumentado nos últimos anos 13, não existindo dados estatísticos para o Brasil. A bulimia nervosa é mais comum, com prevalência entre 1 e 2% entre meninas jovens, sendo que em relação ao sexo ocorre em uma proporção de 10:1 em favor do sexo feminino (CROW, 2009; AALTO-SETALA et al., 2001; WALDMAN, 1998).


No Brasil, os estudos que avaliaram comportamento de risco também acharam prevalências preocupantes. O único estudo nacional de base populacional é o de Nunes et al. (2003), que avaliou uma amostra representativa de mulheres de Porto Alegre por meio do Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) e do Teste de Investigação Bulímica de Edinburgo (BITE), encontrando 16,5% da população com sintomas de TA, segundo o EAT-26, e 2,9%, segundo o BITE. Avaliando 1.807 crianças e adolescentes de 7 a 19 anos, em Minas Gerais, Vilela et al. encontraram 13,3% com sintomas de TA, segundo o EAT-26, e 1,1%, segundo o BITE (VILELLA et al., 2004; NUNES et al., 2003).


Os Transtornos Alimentares (TA), geralmente, ocorrem na adolescência devido às preocupações com a nova forma e o novo peso do corpo, exigindo uma readaptação à imagem corporal. Cerca de 90% dos indivíduos atingidos são do sexo feminino. Assim, supõe-se, que a pressão social, pautada no ideal de beleza feminina regido pela magreza, exerça participação na anorexia e na bulimia nervosa (CASTRO; GOLDSTEIN, 1995 & STICE et al., 1994).


A morte pode ocorrer tanto na bulimia como na anorexia e são responsáveis pela maior taxa de letalidade, 20% entre todos os tipos de morbidades psíquicas (NUNES; RAMOS, 1998).


Afeta mais mulheres que homens


Afeta cerca de 1% a 2% da população feminina, entre as idades de 13 a 20 anos, mas pode ocorrer em qualquer grupo etário. Também é vista em homens, numa estimativa de apenas 5% a 10% da população com anorexia nervosa. A mortalidade foi estimada em 5,6% por década (COCHRANE, 2001).

Do ponto de vista psicopatológico, o que é característico da anorexia nervosa é a distorção da imagem corporal: apesar de muito emagrecida, a paciente percebe-se gorda, sente que algumas partes de seu corpo, como o abdômen, as coxas e as nádegas, estão muito gordas. O pavor de engordar persiste como uma ideia permanente, mesmo o indivíduo estando com seu peso bem abaixo do normal (DALGALARRONDO, 2000).


A anorexia nervosa


É conceituada como inanição deliberada e auto-imposta e atitude psicopatológica distorcida em relação à imagem, à alimentação e ao peso, caracterizada de uma implacável busca de magreza e por um medo mórbido de engordar, levando a sérios graus de emagrecimento (MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS, 2002; CASTRO et al.,1995).


Segundo o DSM-IV (1994), a AN é um transtorno alimentar onde está presente o medo intenso de ganhar peso, além de negação da própria condição patológica. A anorexia nervosa leva à inanição, com exagerada perda de peso (auto-imposta) e com amplo desgaste físico e psicológico. Em função de uma distorção da imagem corporal, os indivíduos com AN não se percebem magros, mas sempre gordos, persistindo a restringir suas refeições de modo ritualizadas (ALVES, 2008; VILELA et al., 2004). Com a progressão da restrição alimentar e a eliminação de certos tipos de alimentos associados ao ganho de peso (carboidratos simples e gorduras), o emagrecimento torna-se acentuado e mais perceptível, podendo dessa forma, comprometer a saúde do indivíduo (NAKAMURA, 2004).


Há dois subtipos: restritivo, em que a perda de peso é causada pela restrição alimentar e por exercício físico em excesso; e purgativo, em que, além da restrição alimentar, há um predomínio de compulsões alimentares e comportamentos purgativos – como uso de laxantes, diuréticos e indução de vômitos. Existe um elevado risco de suicídio, com uma taxa aproximativa de 12 por 100.000 por ano


Bulimia Nervosa


As características essenciais consistem em eventos recorrentes de ingestão compulsiva de grande quantidade de alimentos, seguidas do uso de métodos compensatórios inadequados para evitar o ganho de peso como condutas purgativas (autoindução de vômitos ou uso indiscriminado de laxantes, diuréticos, inibidores de apetite ou enemas) ou não purgativas (jejuns e exercícios físicos excessivos) (HUSE et al., 2003).


Silva et al., (2012) afirma que, a prevalência da Bulimia Nervosa acontece pela insatisfação com a imagem corporal, o qual foi comprovado pelos seguintes fatores: descontentamento com a imagem corporal, preocupação com o peso e métodos para perda de peso que são prejudiciais à saúde.


A bulimia é caracterizada pela ingestão de grande quantidade de alimentos muito rapidamente (“binge”), acompanhada de métodos compensatórios inadequados para controle do peso como vômitos, abuso de laxantes, diuréticos, dietas e exercícios físicos (STUART, SUNDEEN, 1995).


A bulimia nervosa é caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar, com a ingestão de grandes quantidades de alimento, em um curto espaço de tempo, seguida da sensação de culpa e perda de controle, de comportamentos compensatórios para perda de peso – como indução de vômitos, uso de laxantes, diuréticos, jejuns e exercícios físicos em excesso – e uma autoavaliação influenciada pelo peso e pela forma corporal


Obesidade


A obesidade não é considerada um transtorno alimentar por ser causada por fatores genéticos, fisiológicos, comportamentais e ambientais


Complicações


ASSUMPÇÃO e CABRAL (2002) também descreve que as complicações que ocorrem na Anorexia Nervosa e Bulimia são: hipocalemia, hipoglicemia, atrofia cerebral, catarata, amenorreia, infertilidade, esofagite, prolapso retal, cálculo renal, cáries dentárias, acrocianose, taquipnéia, edema pulmonar, anemia, leucopenia, dentre outros.


Perda de peso abaixo de 15%


Dentre os transtornos da alimentação duas síndromes importantes são descritas: a anorexia nervosa e a bulimia (OMS, 1996). A perda de peso fica em torno de 15% ou mais do peso total e a redução extrema da ingestão alimentar pode chegar a um consumo de 500 a 700 calorias por dia, podendo ingerir menos que 200 calorias ou não comer por dias


Transtorno alimentar e a psicanálise


Temos um ritual de purificação, um é de se abster dos prazeres (anorexo) e o outro é de colocar pra fora o pecado (bulimico), ele não sabe lidar como oprazer, não sabe quando vai lidar com isso de novo, então eu como como se acabasse o mundo.

Eles são extremistas, uma vez que ele quebrou a dieta, a semana toda se perde pois ele já quebrou um dia.


Anorexo - Está indo bem demais e alguma coisa vai dar errado, e então ela se sabota para que ela não tenha que lidar com a frustração lá na frente.

Compulsão Alimentar periódica


Ataques de alimentação, dura mais ou menos 20 min, e ele ingere até 10mil calorias, Magtaz (2008, p. 18) traz uma diferenciação importante entre uma e outra, dizendo que o “orgulho anoréxico” presente no desinvestimento extremo dos objetos revela uma recusa da castração e uma postura autossuficiente que se coloca acima do mundo humano. As anoréxicas almejam fundir-se narcisicamente com um ideal, o corpo descarnado, para alcançar a perfeição e negar a falta; já a bulimia aproxima-se mais de um funcionamento neurótico, estando presentes no ato bulímico tanto a ilusão de completude no descontrole alimentar quanto a castração, que é trazida à tona pelo vômito e pela sensação de culpa.


Enquanto as anoréxicas demonstram uma atitude de contrainvestimento e evitamento da relação com o analista, falando pouco de si e mantendo uma atitude de “nada a dizer”, as bulímicas demonstram um excesso pulsional, presente no falar demais e na dificuldade de digerir as intervenções analíticas.


Tratamento


O tratamento dos transtornos alimentares deve incluir a redução dos episódios bulímicos, diminuição do peso corporal para pacientes obesos e melhora da psicopatologia associada (sintomas depressivos e ansiosos), preferencialmente com associação de psicofármacos e de psicoterapia. As três classes de medicamentos são: antidepressivos, inibidores de apetite com ação no sistema nervoso central e anticonvulsivantes. (SALZANO et al., 2003).


O uso de antidepressivos ou ansiolíticos pode ser adequado em pacientes que desenvolvem uma comorbidade psiquiátrica associada. O emprego destas substâncias em pacientes com Anorexia Nervosa deve ser cauteloso, tendo em vista as frequentes anormalidades clínicas associadas. Os agentes inibidores da recaptação da serotonina (ISRS) parecem mais seguros. Existem evidências de que a fluoxetina poderia auxiliar na manutenção do peso pós-internação em alguns pacientes. A psicoterapia em suas diversas modalidades (cognitivo-comportamental, interpessoal e a terapia de família) ainda é um dos pilares centrais do tratamento (APPOLINARIO & BACALTCHUK, 2002).

Referências


PINHEIRO, Nádia Prazeres. Classificação e Diagnóstico de Transtornos Alimentares na Infância: Nem DSM, nem CID-10. Psicol. pesq., Juiz de Fora , v. 5, n. 1, p. 61-67, ago. 2011 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-12472011000100007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 27 ago. 2019.


DUCHESNE, Monica et al . Neuropsicologia dos transtornos alimentares: revisão sistemática da literatura. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 26, n. 2, p. 107-117, June 2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000200008&lng=en&nrm=iso>. access on 17 Sept. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462004000200008.


BLOC, Lucas Guimarães et al . Transtorno de compulsão alimentar: revisão sistemática da literatura. Rev. Psicol. Saúde, Campo Grande , v. 11, n. 1, p. 3-17, abr. 2019 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177-093X2019000100001&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 17 set. 2019. http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v11i1.617.

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